Os acessos se dão das formas mais
diversas, em lan houses, em casa, no trabalho, através de aparelhos de
smartphones, modens, entre outros modos. Mas uma coisa em comum entre as
diversas maneiras de navegação é a insatisfação dos usuários com os
serviços prestados pelas operadoras de internet. Os problemas dos
serviços de internet são tantos e as soluções caminham a passos tão
lentos que devido à grande quantidade de usuários – que vem crescendo
dia a dia, mas a infraestrutura não acompanha tal crescimento – corre-se
o risco da Paraíba viver um “apagão” virtual, especialmente nas cidades
de João Pessoa e Campina Grande.
Para os especialistas, na verdade, isso
já vem acontecendo, com a permanente baixa qualidade dos serviços. “Já
vivemos uma realidade de que a velocidade fornecida não é a prometida em
boa parte do tempo e as quedas de sinal são constantes. Estas são
características de um futuro ‘apagão’, já que se a situação não
melhorar, se não houver os devidos investimentos, a demanda pode deixar
de ser atendida como um todo”, destaca Alexandre Moura, membro da
Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e
Internet (Assespro).
Esta é uma realidade nacional e,
consequentemente, afeta os usuários paraibanos. É comum ouvir relatos de
internautas afirmando que o serviço de internet oferecido deixa muito a
desejar. Além de ser lenta, em muitos casos, a internet cai
constantemente e é motivo de muita reclamação.
Moradora do bairro do Ernesto Geisel,
zona sul de João Pessoa, a estudante Eduarda Barbosa, 22 anos, depende
da internet para estar atualizada não apenas dos editais de concursos
públicos que concorre, como também para conversar com familiares e
amigos que moram em outros estados. O serviço, no entanto, nem sempre
coopera. “Contratei a internet a rádio, porque aqui no bairro não há
muitos serviços de internet via cabo. O serviço funciona, mas é muito
instável, é comum ficar lenta”, relata.
Além do serviço no computador, a jovem possui internet mobile 3G, que, de acordo com a estudante, já deu muita dor de cabeça.
“Eu tenho uma promoção que eu pago
apenas R$ 0,50 por dia na internet do celular. O preço é bom, mas a
conexão nem tanto. É difícil conseguir assistir vídeos, por exemplo,
porque a conexão é tão lenta que não tenho paciência para esperar
carregar.
Algumas vezes precisei com urgência
enviar e-mails e não consegui resposta da conexão. Você acaba ficando
estressada e sem confiar no serviço”, revela Eduarda.
Em Campina Grande, o problema também é
comum. O designer gráfico José Lima do Nascimento é um dos que
enfrentam, quase que diariamente, problemas para navegar na grande rede.
Ele conta que possui dois planos de internet – um móvel e outro fixo – e
constantemente tem problemas com ambos. “Com a internet fixa, tive
problemas desde a contratação do serviço, que levou mais de 20 dias para
se efetivar. Quando comecei a usar, passei a ter problemas com a falta
de sinal e quedas de conexão constantes”, diz, acrescentando que com a
internet móvel os problemas são semelhantes.
O advogado Félix Araújo Neto também
enfrenta problemas corriqueiros sempre que precisa se conectar. Ele
conta que, como a maioria dos cidadãos, se depara com a péssima
qualidade dos serviços prestados e com a dificuldade quanto ao
oferecimento de respostas rápidas aos embaraços provocados pela própria
operadora. “Os problemas vão desde a lentidão e interrupção do serviço
de internet à dificuldade de reembolso de faturas pagas em duplicidade
e, até mesmo, e o que ainda pior, em relação ao penoso e desgastante
contato através do ‘atendente virtual’, da central de relacionamento por
telefone”, ressalta.
Félix salienta que mudar de operadora
não solucionou os problemas. “Saí de uma operadora exatamente por conta
da interrupção e lentidão dos serviços. Fui para outra e os problemas
vieram junto”, contou, acrescentando que quando tenta resolver algum
contratempo via central de atendimento, acaba tendo ainda mais
contrariedade. “Em um único dia já cheguei a registrar cinco
reclamações, devidamente protocoladas, e não consegui resolver o que
queria. É dramático o contato através destes meios”, afirma o advogado.
JP Online
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